Uma das principais situações enfrentadas pela União Europeia passa pelo envelhecimento da população e a necessidade de assegurar serviços de prestação de cuidados a longo-prazo para cidadãos jovens e idosos dependentes. O cuidador informal é “pessoa que presta cuidados não remunerados a alguém com uma doença crónica, deficiência ou outra necessidade de cuidados de saúde prolongados, fora de um quadro profissional ou formal” (Eurocarers, 2017). Cuidadores informais por toda a UE são responsáveis por 80% dos cuidados, com as mulheres representando aproximadamente 2/3 deste, muitas vezes negligenciando a sua vida pessoal, familiar e profissional (European Centre for Social Welfare Policy and Research, Viena, 2010).
O papel de cuidador pode ser bastante árduo derivado da complexidade de situações com as quais têm de lidar e o tempo dispendido (muitas vezes atingindo mais de16 horas diárias).
Assim, torna-se cada vez mais importante abordar os encargos multidimensionais associados com o papel de cuidador informal. O fenómeno chamado “stress do cuidador” caracteriza-se por reduzidas horas de sono, insónia, negligência dos cuidados pessoais e consequente fatiga, dificuldades de concentração, ansiedade, irritabilidade, depressão, stress emocional, frustração, ausência de vida social, etc. O “stress do cuidador” apresenta componentes tanto objetivas (exigências às quais os cuidadores estão expostos no ato de cuidar de uma pessoa dependente) como subjetivas (a forma como o cuidador perceciona estas tarefas: resposta emocional à experiência de cuidar de um familiar).
Assim, o encargo sobre o cuidador pode ser controlado e até revertido, reforçando o apoio na inteligência emocional e social.
O projeto PeerCare tem por objetivo contribuir para a redução dos sintomas de stress do cuidador ao promover uma nova abordagem para formação informal e de apoio aos cuidadores informais, através de uma comunidade de pares online com acesso a um percurso de formação para aquisição de competências em Inteligência Emocional.
Os grupos-alvo são:
– Cuidadores informais: normalmente mulher/marido que cuida do seu parceiro ou filhos que cuidam dos pais; a maioria têm +50 anos e são do sexo feminino.
– Defensores dos cuidadores informais: pessoas que como profissionais ou voluntários trabalham junto de cuidadores informais, providenciando ajuda, aconselhamento e formação formal ou informal.